quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Desafio da Acessibilidade em Maceió

Maceió, assim como a maior parte das cidades brasileiras, possui um grande entrave no que diz respeito à mobilidade urbana, mais ainda no quesito acessibilidade. É até comum encontrar em supermercados e em alguns estabelecimentos comerciais sinalização em estacionamentos destinados à portadores de necessidades especiais e a idosos, mas que geralmente são desrespeitados, aliado a falta de fiscalização por parte do poder público.
A acessibilidade deve ir além dos estacionamentos, não se restringindo apenas aos que têm automóvel, mas a todos e todas uma vez que os/as deficientes visuais e portadores de outras necessidades também possuem direito à cidade.
Dentre os inúmeros problemas de acessibilidade em Maceió, estão os acessos a cadeirantes que não possuem pontos de ligação com o outro lado da rua ou com obstáculos colocados pelo próprio poder público, bem como calçadas e praças esburacadas ou desniveladas, o que representa um grande risco aos que possuem limitações de locomoção a exemplo de idosos e deficientes visuais.
Grande parte dos problemas ocorre diante da falta de vontade política de nossos gestores, já que há muito se fala em acessibilidade como forma de inclusão, principalmente após o lançamento do PAC 2, que tem como foco a infraestrutura das cidades, com obras de saneamento e demais obras urbanísticas que visem essa melhoria.
Infelizmente, a falta de projetos no município de Maceió que tenham como objetivo a inclusão dos portadores de necessidades especiais, garantindo-lhes o direito à cidade, faz com que estes em sua maioria, ainda vivam reclusos na sociedade, por se sentirem como um corpo estranho.
Obras de infraestrutura que garantam acessibilidade em praças, calçadas, pontos e terminais de ônibus etc não são as únicas ações para que se torne a cidade acessível, o poder público deve zelar pela regularidade da ocupação dos espaços públicos, que muitas vezes são ocupados indevidamente.
Para viver numa cidade plena, há de se ter em vista que ações que visem garantir o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana através da acessibilidade são de grande importância não só do ponto de vista social - ao incluir os cidadãos e cidadãs na vivência plena de nossos espaços - mas para que se possa haver uma mudança cultural no pensamento, avançando para a percepção de que os portadores de necessidades especiais também são sujeitos de direitos, pois os limites são impostos pela própria sociedade.

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